terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Palmares

Palmares é um município da região Mata sul de Pernambuco. É conhecida como Terra dos Poetas, ou Atenas Pernambucana por ter sido berço de renomados e importantes poetas Pernambucanos. Trata-se de uma cidade bastante tradicional e muito importante na história do estado de Pernambuco. Seu nome é também uma homenagem ao Quilombo dos Palmares, que se instalou na região durante muito tempo.
O acesso à cidade se dá pela BR-101, para quem vem de Recife, do litoral Sul ou de Alagoas, pela BR 126, para quem vem de Garanhuns, pela PE-103, para quem vem de Bonito.
A sede do município dista 104 km em linha reta e 118 km pela BR-101 de Recife, a capital do estado; 105 km de Garanhuns e 123 de Maceió, a capital do estado de Alagoas.
Limita-se ao norte com o município do Bonito, a nordeste e leste com Joaquim Nabuco, ao sul com Xexéu, a sudeste com Água Preta e a oeste com Catende.
Logo que entramos na cidade, nos deparamos com a rodoviária e, em frente desta, a Fundação Hermilo Borba Filho, que está instalada na antiga e imponente Estação Ferroviária.
Registramos imagens de algumas Igrejas e da Usina Norte Sul, que fica no início da PE-103 com destino à Serro Azul, Engenho Verde e Cachoeira Véu da Noiva II.
Antiga Estação Ferroviária de Palmares, atual Centro Cultural da Fundação Hermilo Borba Filho e Secretaria da Mulher.
Palmares fica à beira do rio Una, e, embora a maior parte da cidade fique em áreas mais altas, situa-se a 125 metros acima do nível do mar, grande parte das suas construções ribeirinhas foi destruída pela enchente daquele rio em 2010, razão pela qual, atualmente, o Governo do Estado está construindo a Barragem de Serro Azul no rio Pirangi, um dos principais afluentes do Una, o que vai deixar submersa grande parte da mata e da história dos engenhos de Palmares e Bonito.
Igrejas: Arca de Noé; Santo Amaro; da Usina Norte-Sul; e, Nossa Senhora da Conceição dos Montes.
Quem chega pela primeira vez à Palmares, como nós, se surpreende com o tamanho da cidade. Há um grande comércio, uma grande rodoviária e muitos imóveis antigos.
Igreja em Construção; Rua de Palmares; Usina Norte-Sul
Não há placas informando o caminho para a PE-103. Depois de rodar muito, perguntamos na cidade e seguimos para a parte sul de Palmares, onde se inicia a rodovia, logo em frente à Usina Norte Sul.
Casa-Grande da Usina Serro Azul/Engenho Camevou; Capela; Cinema de Serro Azul
A poucos metros do distrito de Serro Azul, está sendo construída a Barragem de mesmo nome, o que deverá fazer sumir em suas águas, estas preciosidades históricas.
A pressa em se dar uma solução ao problema das enchentes não levou em conta o fato de que quem está errado é quem invadiu o leito do rio e não a natureza.
Não bastasse isso, um candidato ainda coloca sua propaganda na frente do antigo cinema...
Ruínas da Usina Serro Azul
Difícil de entender como uma Usina tão grandiosa como essa pode cair em ruínas assim, levando junto todo um povoado que dela sobrevivia.
Ponte Ferroviária sobre o rio Pirangi 
Além da carga histórica da cidade, há também um lado mais bucólico. Existem vários atrativos naturais para os visitantes. O município é cercado por muitas águas. Ideal para quem deseja relaxar e tomar banhos de cachoeiras e corredeiras.
Mas, antes, uma passadinha na Pousada Engenho Verde, que mantém a bela casa-grande do Engenho, de 1841 e foi onde nasceu o dramaturgo pernambucano Hermilo Borba Filho.
Para chegar lá, via Palmares, basta seguir pela PE-103, a partir da Usina Norte-Sul, até o Km 22, que é a distância do mesmo para Bonito, já que a contagem da rodovia começa lá.
O casarão  foi projetado pelo engenheiro e político francês Louis Léger Valher, que veio para o Brasil, em 1839, com 24 anos de idade, trazido pelo Presidente da Província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista, e que também foi o responsável pela  construção do Teatro Santa Isabel em 1850.
Casa-Grande do Engenho Verde
Infelizmente este belo casarão e sua importância histórica ficarão sob as águas da Barragem de Serro Azul, em breve.
Cachoeira Véu da Noiva II
Visitamos a Cachoeira Véu da Noiva II, nos limites com Bonito, no KM-20 da PE-103. Ela fica em uma propriedade particular e pagamos R$ 3,00 por pessoa para entrar. Lá há restaurante e o banho na cachoeira é delicioso, super gelado e com direito a uma vista belíssima.
Ainda não é certo que essa cachoeira fique submersa nas águas da Barragem de Serro Azul.
Não visitamos, mas soubemos que há outras opções de banhos, como a cachoeira do Caritó onde, é preciso muita disposição, já que o caminho é feito entre bambuzais e bananeiras, e, a Corredeira do Oratório, que é formada pelas águas do Rio Una. Contam os moradores de Palmares, que o nome da corredeira foi dado porque os senhores de engenhos matavam seus inimigos às margens, dando-lhes permissão a uma última oração.

Historia:
Origem do nome Palmares
Palmares é uma das divisões geobotânicas do nordeste do Brasil. Os palmares constituem originalidade da vegetação nordestina. Altos, densos, geralmente puros e de uma só espécie de palmeiras de natureza xerófila ou higrófila. Outros existem com mistura de três ou quatro espécies de árvores de porte alto. Dentre as palmeiras que vegetam nessa região, sobrelevam-se a carnaúba (Copernica cerifica), a buriti(Mauritia vinifera), a buritana (Mauritia axulenta), a bacaba (Denocarpus distichus), o babaçu (Orbignia martiana), etc. Tais zonas se desenvolvem na Bahia, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.

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Palmares já existia antes do século XVIII

A região era habitada primitivamente pelos índios Trombetas.
Com a formação do quilombo dos Palmares no interior pernambucano e alagoano, dirigido pelo valente Zumbi, tomou impulso, fama e ganhou o nome que hoje tem, batizado que foi pelos negros, que chamavam seus habitantes de palmarinos. Não sabemos como era denominada a região dos palmares antes dos negros, num território de 260 quilômetros de extensão por 132 de largura, em faixa paralela à costa, onde se distribuíam cerca de 50 mil habitantes, cuja faixa territorial situava-se entre o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a parte norte do curso inferior do Rio São Francisco, no estado de Alagoas.
De 1848 a 1873 Palmares é denominado POVOADO DOS MONTES porque as terras pertenciam à família Montes que construiu uma capela, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Conceição dos Montes, TROMBETAS devido à lenda de que um soldado teria perdido uma trombeta durante uma passagem pelo local, POVOADO DO UNA em homenagem ao rio que banha a região e, finalmente, PALMARES, triunfando assim a denominação dos negros, por força da abundância de palmeiras que vicejavam na região, principalmente babaçu, carnaúba, pindoba,ouricuri e dendê.
Em 13 de maio de 1862 é criada a Comarca dos Palmares, por força da Lei Provincial nº 520.
Em 1868 Palmares é elevado à categoria de Distrito, por força da Lei Provincial nº 844, de 28 de setembro.
Em 1873, por força da Lei Provincial n° 1083, de 24 de maio, é criado o município autônomo, que tomou o nome de município dos Palmares.
9 de junho de 1879 – Palmares emancipa-se do município de Água Preta, por força da Lei Provincial n° 1458, adquirindo foros de cidade.
Palmares tem muita história para contar. Além de grandes poetas, o município possui o primeiro teatro a funcionar no interior de Pernambuco e o terceiro mais antigo do Estado, além de abrigar a primeira loja maçônica de Pernambuco.

Fontes:
-> http://www.palmares.pe.gov.br
-> http://minhapalmares.blogspot.com.br/

3 comentários:

  1. Conheço o trecho,tive o prazer de visitar as ruínas antes da inundação depois da barragem, para pelos informes.com riquezas de detalhes.parabens,e obrigado por esse carinho com nosso Pernambuco.

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    1. Obrigado pela visita Yusef. Uma pena que Pernambuco tenha perdido o belíssimo e histórico Casarão do Engenho Verde.

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  2. Que raiva dar ver nossos patrimônios culturais sendo destruídos e infelizmente não são valorizados

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