segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Alagoinha

Alagoinha é um município do agreste pernambucano, localizado a cerca de 225 km do Recife. O acesso se dá pela rodovia PE-217, que começa logo após as entradas da cidade de Pesqueira na BR-232.
Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição; Praça Barão do Rio Branco.
Quem chega a Alagoinha, passando por Pesqueira antes percebe a diferença do clima entre as duas cidades vizinhas e distantes poucos quilômetros. Logo ao entrar na PE-217 a aridez nas margens se evidencia.
A rodovia atravessa a cidade, e é sua Avenida Principal. Chegando ao centro, tudo o que se espera: A Igreja Matriz, a Prefeitura, as Praças, estabelecimentos comerciais e muitos imóveis com fachadas antigas e bem conservadas.
Clube Recreativo Alagoinhense; Capela da Mãe Rainha; Casario antigo.
Atravessamos a cidade de norte a sul e a tranquilidade do sábado demonstra ser um local tranquilo e aparentemente pacato.
Embora pequena, Alagoinha nos pareceu limpa e aconchegante.
Ginásio e Academia da Cidade.
Como em várias cidades pernambucanas, Alagoinha também possui a sua Academia da Cidade.

Histórico de Alagoinha



Em 1761, João Antunes Bezerra comprou a propriedade de Alagoinhas, que fazia parte da sesmaria doada pelo governo português, ainda no século XVII, através do então governador da capitania de Pernambuco, Fernão de Souza Coutinho, aos portugueses Bernardo Vieira, Antônio Pinto e Manuel Vieira.

Acompanhado de sua esposa e de dez escravos, João Antunes transferiu-se da localidade Tará (pertencente hoje ao Município de Venturosa), de onde era natural, para Tingui, na encosta sul do atual município de Alagoinha.

Em 1790 o irmão mais novo de João Antunes, Gonçalo Antunes Bezerra, conhecido boiadeiro da região, casa-se com moça de boa família da cidade de Vitória de Santo Antão, fixando residência ali por quatorze anos. Em 1804, por não se sentir bem de saúde, e com saudades do sertão, resolve mudar-se, e compra a propriedade do irmão que por se sentir velho e sem filhos deseja que Gonçalo passasse a residir perto dele.

De posse da vasta propriedade, Gonçalo Antunes Bezerra, grande boiadeiro, tangerino e poeta, empreende uma aventura bastante arraigada na tradição oral dos mais velhos: põe-se a cavalgar durante todo o dia rezando o "terço" e pedindo a Nossa senhora que o ilumine na escolha do local no qual levantará sua morada, às seis da tarde, hora do ângelus, hora da "Ave-Maria", tão cara ao sertanejo, para o seu cavalo como que guiado pela divina providência sobre um grande e aprazível lagedo (onde fica hoje a Igreja matriz), onde, de fato, construiu aquela que seria a primeira casa na localidade (existente até hoje), dando início assim à fundação do povoado que se tornaria mais tarde uma florescente vila.

Seus filhos, Gonçalo Antunes Bezerra Júnior e Antônio Fernandes Sampaio Leite casaram-se com Ana Bernarda e Inês Bernarda, de descendentes de tradicional família da Galiza, que havia migrado da Espanha para Pernambuco e se fixado em Vitória de Santo Antão ainda na primeira metade do século XVII: os Torres Galindo. Dessas duas noras do fundador da cidade e de mais um irmão, Capitão Antônio Joaquim Torres Galindo, que fixou-se na comunidade inscipiente após participar com galhardia dos acontecimentos que entrariam para a História como Revolução Praieira ou do Partido da Praia no ano de 1848 e nos que se seguiram, que originou-se o patronímico que se generalizou progressivamente nas sucessivas gerações de alagoinhenses, sobretudo no que se refere ao "Galindo". Hoje grande parte da população de Alagoinha é Galindo.

Em 1826, Gonçalo Antunes Bezerra toma a iniciativa de construir um altar numa das dependências de sua residência, destinado às orações dos seus familiares e vizinhos. Um padre celebrava ali a Santa Missa, celebrava batismos e casamentos. Com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Conceição (existente até hoje), padroeira da localidade, completa-se o desejo do proprietário, no sentido de ampliar o espírito religioso dos habitantes.

Em virtude do falecimento em 1833 de Gonçalo Antunes de Bezerra, seus filhos fizeram a doação do terreno em que estava fundada a povoação, a Nossa Senhora da Conceição, ficando tal terreno sob a administração da Igreja Católica.

Aumentando a população, em 1850 os habitantes da vila de Alagoinhas se empenharam na construção da sua primeira capela, fazendo-se nesse ano, apenas a capela-mor. Em 1859, organizaram Jacinto da Silva e seu filho, uma peregrinação com a imagem de Nossa Senhora ao alto sertão, a fim de, por essa maneira obterem os meios necessários entre os fazendeiros daquela região, para poderem terminar as obras da igreja. Regressando dessa visita, trouxeram cabras, ovelhas e dinheiro, permitindo em1863 que fosse concluída a primeira igreja da cidade. Nos primeiros anos a velha igreja teve à frente o operoso Frei João de Santa Secília, que ao morrer foi enterrado em frente à igreja.(Frei João é hoje o nome de uma das principais vias da cidade).

Em 1879 pela lei provincial nº 1408, de 12 de Maio de 1879 e por lei municipal nº 1, de 25 de Novembro de 1892, foi criado o distrito de Alagoinhas, subordinado ao município Cimbres.

Em 1908 houve um grande surto de Febre Amarela no então distrito. Boa parte da população de Alagoihas foi dizimada, sendo inclusive construído cemitérios exclusivos para as vítimas da epidemia. Ainda no início do século XX a velha igreja foi demolida para a construção da atual matriz de N. Senhora da Conceição, concluída em 1916, feita em regime de mutirão pelas mãos e doações dos próprios moradores.

Nos anos 30, Alagoinha já tinha uma das maiores feiras livres da região. O comércio propiciou a formação de uma pequena elite local e sua instrução acadêmica.
Nos anos 40 do século XX, a pequena elite da então Alagoinhas resolve "lutar" pela emancipação do distrito que contava com mais ou menos cinco mil habitantes e pertencia à cidade de Pesqueira, antiga Cimbres. Alagoinhas, já tinha eleito um prefeito da sede (Tenente Dorgival Galindo) e possuía grande efervescência comercial. Era o distrito mais importante de Pesqueira, possuía professores, bacharéis e diversas autoridades patenteadas pelo exército.

Um dos grandes nomes da emancipação de Alagoinha foi o comerciante Austriclínio Galindo (trineto de Gonçalo Antunes). Durante o processo de emancipação, o distritoAlagoinhas barrou em uma questão: já havia uma cidade de mesmo nome na Bahia, e por isso a futura cidade deveria mudar de nome, vários nomes foram propostos, porém uma sugestão de Luís Celso Galindo, fundador da vila do Alverne, propôs a supressão do s final do nome. A ideia foi aceita e em 31 de Dezembro de 1948, Alagoinha foi declarada município pela lei estadual n.º 420, de 31 de Dezembro de 1948, foi nomeado prefeito interino do novo município Austriclínio Galindo, sendo a notícia da emancipação declarada em praça pública, em plena tradicional festa natalina: "Alagoinha é cidade!" (Cléria Galindo, 1998)

O município foi instalado em 1 de Fevereiro de 1949. 


Fonte: Wikipédia