sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Olinda

Olinda foi a primeira capital de Pernambuco e praticamente não tem divisa com o Recife, sua irmã mais nova. É mundialmente conhecida pelo seu Carnaval e muito visitada durante todo o ano por turistas de todo o mundo.
Como há várias maneiras de se chegar aos monumentos do Sítio Histórico de Olinda, deixamos de colocar uma ordem lógica nas fotos que se seguem. Olinda é linda de todos os ângulos e a partir de todas as direções.
Começamos pela Igreja mais conhecida da cidade, a Catedral de São Salvador do Mundo ou Catedral da Sé, que foi construída em 1537 e passou por várias reformas, voltando ao estilo próximo do original em 1976.
Catedral da Sé
Também na Sé, está a Igreja da Misericórdia, construída no Século 17, no mesmo lugar onde a Igreja anterior foi destruída e incendiada pelos Holandeses, anos antes. Como a anterior possuía um Hospital junto, que atualmente é um grande colégio.
Igreja da Misericórdia
No ponto mais alto de Olinda está a Igreja de Nossa Senhora da Graça e o Seminário de Olinda. É um dos templos mais simples por dentro, e reza a lenda que há um túnel que vai de uma das laterais do altar até o mar, por onde teriam fugido várias pessoas durante o Regime Militar no século XX.
A vista da cidade, a partir da área externa do seminário é uma das mais lindas do Sítio Histórico.
Igreja de Nossa Senhora da Graça e Seminário de Olinda.
Próximo ao Seminário, se encontra o conjunto formado pela Igreja de Nossa Senhora das Neves e Convento de São Francisco. Na frente do convento há um grande cruzeiro feito de pedras dos arrecifes e uma pequena ruína. Dentro do conjunto ainda se encontram as Capelas de São Roque e de Santana.
No Largo da Misericórdia, encontram-se a Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição. A localização recuada da Rua Bispo Coutinho, que liga as Igrejas da Sé e da Misericórdia, faz esses monumentos muitas vezes passarem despercebidos pelos visitantes mais desatentos. Mas para quem chega perto, observa a pequena Igreja com um minúsculo, porém belo jardim que faz a ligação externa entre aquela e o convento.
Conjunto Convento de São Francisco e Igreja de Nossa Senhora das Neves; e, Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição.
Na Beira-Mar da Praia do Carmo, passamos pelo Fortim de São Francisco, mais conhecido como Fortim do Queijo. A pequena fortificação possui dois canhões, embora tenha suporte para três. Fotos antigas mostram o antigo Farol de Olinda que ficava junto à muralha do forte.
Atualmente, a praia limita-se a uma pequena faixa de areia próximo ao prédio dos Correios. Um calçadão, protegido do avanço do mar por uma contenção de pedras, substituiu o antigo trecho da avenida que passava em frente ao forte e que já havia substituído a praia no local.
A Avenida Beira-Mar serve como entrada para outras regiões da cidade, enquanto a Rua do Sol, que já possuiu uma linha de bondes que vinha do Recife, serve de saída dos demais bairros da cidade, e lá, além de um belo conjunto de casas em estilo colonial e algumas pousadas, também há uma pequena Igreja em homenagem a São José dos Pescadores, também chamada de São José do Ribamar.
Fortim de São Francisco de Olinda e Igreja de São José dos Pescadores ou Ribamar.
A Igreja de Santa Cruz dos Milagres é uma das mais recentes de Olinda. Datada de 1862, a construção simples seu deu a partir da descoberta, por um Boi, de um manancial de água no local durante uma seca.
A pequena faixa de areia ao lado da Igreja, leva o nome de Praia dos Milagres. Uma parte da beira-mar no trecho é composto de pedras para contenção do avanço do mar.
Ao sul da Praia dos Milagres, encontra-se a Praia Del Chifre, pouco frequentada por falta de segurança e risco de ataques de tubarões. Nessa praia, no limite com o Recife, encontram-se os restos do Forte Madame Bruyne, mais conhecido como Forte do Buraco, destruído pela Marinha para construção de uma base Naval, após  o "destombamento" do mesmo. Aqui cabe uma observação: As poucas informações que conseguimos até o momento nos dão consta de que, embora o Forte do Buraco se encontre quase que totalmente destruído, não pode ser considerado ruína, pois sua destruição se deu para fins de demolição e não pelo tempo.
Igreja de Santa Cruz dos Milagres; Praia dos Milagres e Praia Del Chifre.
A Igreja de Nossa Senhora do Monte é a mais antiga de Olinda. Foi construída a mando do Donatário Duarte Coelho em 1535, e, conserva até hoje o estilo Seiscentista de origem. Talvez em razão de ser localizada em um monte, distante do centro da vila, tenha sido poupada de ser incendiada pelos Holandeses, como as demais. Embora possua uma pracinha com um parque infantil nos seus arredores, achamos um pouco inseguro o local, razão pela qual recomendamos visitá-la de carro e, nos horários abertos à visitação.
No caminho do Bairro do Bonsucesso ao Bairro do Amparo, passamos pela sede do Homem da Meia-Noite, bloco do mais famoso Boneco de Olinda.
Também podemos contemplar a bela Igreja do Rosário dos Homens Pretos, que fica bem vistosa em cima de uma pequena colina.
Igreja de Nossa Senhora do Monte; Sede do Homem da Meia-Noite; e, Igreja do Rosário dos Homens Pretos. 
Outro templo que escapou de ser incendiada pelos Holandeses foi a Igreja de São João dos Miliares. Seu estilo colonial é bem simples e chega a lembrar a Catedral da Sé. Não tem horários de visitação nem de missas. Soubemos que um senhor de uma das casas vizinhas é o zelador da Igreja.
Entre a Igreja de São João dos Militares e a Igreja do Amparo, fica a sede do Clube Carnavalesco Vassourinhas de Olinda.
No Bairro de Guadalupe, fica a Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América do Sul e do México. A invocação à Santa Espanhola provavelmente se deve ao fato de que na época de sua construção, Portugal estava sob domínio da Espanha.
Igreja de São João Batista dos Militares; Clube Vassourinhas de Olinda; e, Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe.
Na Imagem abaixo, a vista de Olinda e Recife do Largo da Misericórdia, na Sé, a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, uma das que foram incendiadas pelos Holandeses e a Rua do Amparo.
Vista do Lago da Misericórdia; Igreja de N. Sra. do Amparo; e, Rua do Amparo.
Em Olinda encontramos pequenas Capelas, denominadas de Passos em razão de representarem os passos de Jesus no calvário. Dentro delas, há um pequeno altar onde são colocadas imagens do Senhor dos Passos. o Passo da Sé, do século 19, é o primeiro do roteiro da Procissão dos Passos. Fica em frente ao Observatório.
Com um restaurante no pavimento superior e ma loja de artesanato no térreo, o Sítio das Artes de Olinda (Casarão rosa escuro da foto abaixo) é um dos locais mais visitados na Sé.
O observatório de Olinda que também fica no Alto da Sé foi criado pelo então governador da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho. Nele, foi descoberto o cometa que ficou conhecido como cometa Olinda, primeiro a ser descoberto na América Latina, e o único no Brasil. Atualmente abre para visitação e observação.
O MASPE, Museu de Arte Sacra de Pernambuco, também fica na Sé. É uma das mais antigas construções da cidade, então vila, inicialmente servindo como Casa de Câmara, fundada por Duarte Coelho em 1937 e Palácio Episcopal para seu primeiro Bispo, em 1676, quando Olinda foi elevada ao status de cidade.
Passo da Sé; Sítio das Artes; Observatório de Olinda; Museu
A Igreja de São Pedro fica no largo conhecido como “Praça de São Pedro” é um dos mais conhecidos e animados pontos do carnaval de Olinda. No seu entorno, casarões, sobrado mourisco, galerias de arte, bares e restaurantes. A Igreja é uma das mais recentes construídas, por volta da segunda metade do século 18. Também possui uma das fachadas mais simples, bem como seu interior.
O Chalé da Praça de São Pedro é um famoso casarão onde se afirma que morou o Conde Maurício de Nassau.
O MAC-PE, Museu de Arte Contemporânea de Olinda, está instalado em um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por ter sido a antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública do Município de Olinda. O prédio, datado de 1765, foi projetado para ser o Aljube da Diocese, sendo durante todo o período da Inquisição a única prisão eclesiástica que se tem notícia na história do Brasil. Nele, um cárcere de foro eclesiástico era utilizado para o recolhimento de pessoas acusadas de delitos contra a religião católica romana. Atualmente possui obras de grandes nomes como Portinari, Cícero Dias, Eliseu Visconti, Djanira, Telles Junior, Wellington Virgolino, Di Cavalcanti, João Câmara, Guinard, Adolph Gottielib, Burle Max, Francisco Brennand, entre outros.
Igreja de São Pedro Apóstolo; Chalé; Museu; Passo
As Ruínas em frente do Mercado da Ribeira são do imponente Prédio do Senado da Câmara de Olinda, anterior a 1693. No local, foi dado o primeiro grito em favor da República no Brasil, em 1710, por Bernardo Vieira de Melo.
O Mercado da Ribeira tem sua construção datada entre o final do século XVII e início do século XVIII. Já foi um mercado propriamente dito, na época em que a cidade se resumia no atual Sítio Histórico. Atualmente em suas lojas encontram-se os mais diversos artesanatos. No pátio, acontecem em várias épocas do ano, apresentações artísticas.
Ruínas do Senado de Olinda; Casario; Mercado da Ribeira.
Construído em 1773, o Passo da Ribeira representa o Senhor carregando a Cruz. No local está a imagem de Nosso Senhor do Bom Jesus dos Passos, de procedência portuguesa, do século XVIII. Fica próximo ao Mercado da Ribeira.
Passo da Ribeira; Casario da Rua de São Bento 
A Prefeitura de Olinda fica localizada na Rua de São Bento. O prédio foi construído no século XVII, e foi o antigo Paço dos Governadores Gerais do Brasil, de onde o País foi 3 vezes governado. Mantém até hoje, o estilo neoclássico na fachada. Praticamente todos os blocos do carnaval da cidade passam pela Prefeitura dos dias de Momo.
Descendo no sentido do Varadouro, passamos pela Câmara Municipal e pela Igreja de São Sebastião, de 1686, chegando ao Mercado Eufrásio Barbosa.
Prefeitura de Olinda; Igreja de N. Sra. do Bom Parto; e, Câmara Municipal.
Sem dúvida um dos mais belos templos católicos de Pernambuco é o Mosteiro de São Bento. Fica localizado imponente em um largo no final da rua de São Bento e tem um dos mais belos altares no Brasil. O altar, inclusive, já foi desmontado e exposto no Museu Gurggeheim em Nova Iorque.
Mosteiro de São Bento
Construída no século XVII, a Igreja de Nossa Senhora do Desterro é votiva, erguida depois da vitória alcançada na Batalha dos Montes das Tabocas, em 1645, contra os holandeses, pelo mestre-de-campo, general João Fernandes Vieira. Com a chegada das Carmelitas Descalças para Pernambuco, foi iniciada a construção do Convento de Santa Tereza, cujo nome se estende, posteriormente, à Igreja.

A Igreja de Nossa Senhora do Desterro possui um belo conjunto arquitetônico com estilo barroco. Na sua fachada, encontramos um singular nicho em pedra com a imagem de Santa Tereza de Jesus e um frontispício colonial com uma torre simples. Os altares ostentam requintadas talhas douradas, com preciosas imagens de santeiros pernambucanos, dos séculos XVI e XVII.
Por trás do terreno da Igreja de N. Sra. do Desterro há uma praça, com uma Academia da Cidade, e um conjunto de casas do final do século XIX e início do século XX, além de uma Igreja com um prédio em anexo. Não temos muitas informações acerca dessa construção até o momento.

Igreja na rua Duarte Coelho; Praça do Jacaré; Igreja de N. Sra. do Desterro e Convento de Santa Tereza
A Igreja do Bom Jesus do Bonfim foi construída no século XVIII, no ano de 1758, por um morador no local onde, anteriormente, havia um nicho dedicado ao Senhor Bom Jesus do Bonfim. Foi reedificada em 1801 e 1919. Apresenta como destaque, no seu interior, inúmeras imagens sacras e o altar-mor. É uma das Igrejas do Brasil a possuir uma imagem do Bom Jesus do Bonfim.
Em um dos caminhos para o Seminário de Olinda, passamos por uma ruína, provavelmente parte de algum casarão que possuía uma linda vista para o mar.
No Carmo existe o prédio da antiga estação do Bonde que vinha do Recife. Atualmente é um famosa Bar chamado de Estação Maxambomba, que era como eram chamados um determinado modelo de bondes adotados no Recife e em Olinda.
Igreja do Bom Jesus do Bonfim; ruína; Estação Maxambomba; Casario no Carmo.
A Praia de Rio Doce já foi uma das mais belas de Pernambuco, contam os mais antigos. Antes do avanço do mar, a faixa de areia fofa se estendia por vários metros. Atualmente fica boa para banho e pratica de esportes na maré baixa. Ainda conserva um pouco de sua beleza.
De frente para o mar de Rio Doce, está a Capela de Sant'Anna, construída em estilo colonial, foi fundada em 1782.
Capela de Sant'Anna do Rio Doce; e, Praia do Rio Doce.
A Praia de Casa Caiada é a segunda mais frequentada do município. Em razão dos arrecifes artificiais, chamados de diques, a praia acaba sendo tranquila e se estende por cerca de 4 quilômetros. Consta com diversos prédios de alto padrão na orla, o calçadão costuma ficar repleto de pessoas andando ao entardecer. Essa praia conta com uma boa faixa de areia dourada e grossa, o mar é calmo, de águas transparentes, propício para o banho e prática de esportes náuticos, como caiaque e jet ski. É uma boa opção para um agradável dia na praia, seja com a família ou com os amigos. Com boa infraestrutura, não faltam pousadas, hotéis, bares e restaurantes próximos.
Praia de Casa Caiada.
Site da Prefeitura de Olinda: http://www.olinda.pe.gov.br/guia-turistico/monumentos

Histórico de Olinda:

É uma das mais bem preservadas cidades coloniais do Brasil. Foi a segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 1982, após Ouro Preto-MG.
Um mito popular diz que o nome "Olinda" teria a sua origem numa suposta exclamação do fidalgo português Duarte Coelho, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco – "Oh, linda situação para se construir uma vila!".
Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente pela chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era ocupada pela tribo tupi dos caetés . Localizada no atual estado de Pernambuco, é uma das mais antigas cidades brasileiras, tendo sido fundada (ainda como um povoado) em 1535 pelo primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, o português Duarte Coelho. Duarte fez tudo pelo desenvolvimento da terra: fundou o primeiro engenho de açúcar, desenvolveu a agricultura e estabeleceu um livro de tombo.
O povoado foi elevado a vila em 12 de março de 1537. Duarte Coelho ordenou a construção de um edifício destinado ao funcionamento da Câmara do Senado de Olinda, prédio este doado, em 1676, ao primeiro bispo de Olinda, dom Estevam Brioso de Oliveira, que o converteu em um palácio episcopal, até hoje bem conservado. Olinda era sede da capitania de Pernambuco, mas foi incendiada pelos holandeses devido à sua localização. Segundo a concepção holandesa de fortificação, Olinda detinha um perfil de difícil defesa. Diante disso, a sede foi transferida para o Recife.
Em 1630, Olinda foi tomada pelos holandeses, que a incendiaram no ano seguinte; em 1654 os portugueses retomaram o poder e expulsaram os holandeses. Olinda voltou a ser capital de Pernambuco, muito embora os governadores residissem em Recife. Por volta de 1800, com a fundação do Seminário Diocesano e, em 1828, do Curso Jurídico, transformou-se num burgo de estudantes. Deixou de ser a Capital da Província em 1837, perdendo o título de capital para o Recife.
Sob certos aspectos, Olinda rivalizava com a metrópole portuguesa. Seus velhos sobrados tinham dobradiças de bronze, enquanto as igrejas, principalmente a Sé, ostentavam, em suas portas principais, dobradiças de prata e chaves fundidas em ouro.
Foi no Senado da Câmara de Olinda que, a 10 de novembro de 1710, o sargento-mor Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em prol da independência nacional.
Os primeiros cursos jurídicos do Brasil, criados pelo Decreto Imperial de 11 de agosto de 1827, foram inaugurados solenemente no Mosteiro de São Bento, a 15 de maio de 1828. Antes de sua transferência para Recife, os cursos jurídicos funcionaram no prédio em que atualmente se encontra a prefeitura.
Fonte: Wikipédia

4 comentários:

  1. Daniel, muito bom o seu post. Texto bem articulado e muito explicativo. Fotografias muito bonitas. Gostei. Muito bom mesmo. Parabéns !!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico feliz pelas palavras que vêm, sobretudo de um amante da fotografia.
      Demorei muito pra postar Olinda porque ainda não tinha fotos de todas as Igrejas e dos principais monumentos.
      O interessante é que, durante a elaboração do texto, acabei descobrindo mais coisas sobre outros monumentos que passaram despercebidos, mas que logo logo farão parte da atualização dessa postagem.

      Excluir
  2. Mais uma bela postagem, parabéns! Espero voltar a Olinda e sentir melhor a cidade -- e levarei sua postagem na bagagem.

    ResponderExcluir
  3. Estarei complementando essa postagem, tão logo seja possível fotografar Olinda com tranquilidade, algumas semanas após o carnaval. Ainda há muita coisa a mostrar aqui dessa Linda Olinda!

    ResponderExcluir