quarta-feira, 30 de abril de 2014

Buíque - Vale do Catimbau

Buíque fica a 281 km do Recife. Para chegar lá basta seguir a BR-232 no sentido litoral-sertão e, em Arcoverde, acessar a PE-270, sentido sul. O município é formado pelos distritos sede, Carneiro, Catimbau e Guanumbi e pelos povoados de Tanque e Aldeia Indígena Kapinawa.
Depois de quase 4 horas de viagem, chegamos à Pousada Santos, onde deixamos as mochilas e partimos para dar uma caminhada pela cidade.
Posto e Pousada; Chegada à Buíque; Estação Rodoviária; Biblioteca Pública; Praça; e, Letreiro da Antiga TELPE.
A cidade é relativamente pequena. Seguindo a pé a partir da Pousada Santos, pela Avenida Doutor Aurora Laerte Cavalcanti, Passamos pela Estação Rodoviária, pela Biblioteca Municipal que homenageia o escritor Graciliano Ramos, pela pracinha da rodoviária que possui um busto sem identificação, passamos por um antigo posto telefônico que mantém o letreiro da antiga TELPE (Telecomunicações de Pernambuco) em ótimo estado de conservação e logo chegamos ao centro.
Igreja Matriz de São Felix; Praça Major Franca; Casa Paroquial e Mercado Público; Flores; Centro da Cidade; e, Museu.
Para nossa sorte a Igreja Matriz estava aberta, o que nos permitiu fotografá-la por dentro. Era um dia bem movimentado, pois havia um batizado na Igreja e também era o dia de feira.
Um bonito relógio enfeita a praça da Igreja Matriz e nos arredores se encontram lojas, bancos, o Museu da Cidade (fechado, infelizmente!), e o Mercado Público.
Após algumas fotos, voltamos e almoçamos no ótimo Restaurante Self-Service do Posto BR que fica junto à Pousada. Aproveitamos para descansar um pouco antes de ir ao povoado de Catimbau procurar um guia para fazer as trilhas no Parque Nacional.

Estrada para o Catimbau; Paredão; Pedra do Cachorro; Vila do Catimbau; Paredão; Vegetação.
Descansados, partimos para o Catimbau. Alguns minutos numa boa estrada de terra até o povoado. Chegando lá, procuramos a Associação dos Guias de Turismo do Vale do Catimbau, registramos algumas imagens da vila. E escolhemos as trilhas pra fazer no vale. São várias e a disponibilidade pode variar, dependendo do tempo, pois algumas necessitam ser feiras cedo, para aproveitar o dia claro.
Formigão; Pedra em formato de mão aberta; Vista da Pedra do Cachorro e parte do Vale; Barriguda; e, Pinturas Rupestres.
Escolhido o roteiro, partimos com nosso Guia Edson para a primeira trilha escolhida, chamada "Casa de Farinha".
A trilha tem esse nome em razão de que as pinturas rupestres se encontram em um local onde foi construído em época recente, uma casa de farinha, espécie de forno a lenha onde se joga a mandioca ralada por cima da pedra e esta resseca, virando a farinha que conhecemos.
O trágico disso é que a fuligem do forno cobriu parte das pinturas rupestres da pedra. Aparentemente de forma permanente, infelizmente.
Trilha do Pôr-do-Sol.
O caminho da trilha do pôr-do-sol é muito bonito. Passamos por uma grande pedra formada de milhares de gomos que está a cerca de 70 metros de altitude e que um dia foi o fundo de um grande lago.
Há vários picos de pedra no caminho. Alguns parecem pequenas pirâmides. O vento é bem forte durante o trajeto.
No final dessa trilha, observamos uma bela formação de arenito, moldada pela água e pelo vento, com algumas "chapas" de ferro que ficam suspensas com a erosão do arenito. O sol refletido no arenito fica num belo tom alaranjado e é uma das imagens mais belas do vale.
O pôr-do-sol propriamente dito é indescritível!
Voltamos para Buíque à noite e jantamos na simpática Pizzaria e Lanchonete São José.
Associação dos Guias do Catimbau; Vista do Vale a partir da vila; Pedra do Cavalo Marinho; Fruto seco e fruto maduro do Ouricuri; Polpa do Fruto da Amargosa.
No dia seguinte, iniciamos com a Trilha dos homens sem cabeça. De carro partimos com nosso guia para a região da chapada, no caminho fotografamos a Pedra em formato de Cavalo Marinho e, logo ao iniciar a primeira trilha do dia, cara aprendemos um pouco sobre o que a natureza oferece para a sobrevivência na região.
Nosso guia Edson nos mostrou as multifuncionalidades do fruto do Ouricuri, uma palmeira nativa da região. O pequeno coquinho, quando cai no chão, é roído pelos pequenos insetos, que o deixam oco e o furo que serve de entrada, torna o que restou do fruto um apito. Basta escolher no chão o que assobiar mais alto para usar, caso se perder na mata.
O coquinho também é comestível. Embora pequeno, seu miolo tem um sabor muito semelhante à "carne" do côco que conhecemos. Dá pra enganar a fome um pouco.
Outra frutinha interessante é a Amargosa. Só a título de comparação, seria parecida com a Pitomba: tem casca um pouco mais fácil de se abrir, a polpa é um pouco suculenta mas é superficial e também possui uma semente grande no interior. O sabor é uma mistura de doce e amargo.
Painel dos Homens sem-cabeça; Flor da Palma Brasileira; Teia nas plantinhas; Lagartixa; Chapadão; e, Frutinhas.
Ainda no caminho, provamos a "carne" do Faxeiro, o cacto mais conhecido. Basta imaginar o sertão que se pensa no Faxeiro. A "carne" não tem gosto de nada, é bem suculenta e com muito líquido. Ao mesmo tempo que alivia a sede, alivia a fome.
O painel dos Homens Sem-Cabeça é uma representação de uma batalha, provavelmente entre tribos rivais, onde uma delas arrancava a cabeça dos vencidos. Fica numa parte alta de uma pedra. o que nos fez imaginar que o terreno devia ser bem diferente na época da pintura.
O Chapadão
A segunda trilha do dia é uma continuação da primeira, e, nesta chegamos à vista mais famosa do Vale do Catimbau. A vista é deslumbrante. A chapada é imponente diante do vale que fica entre os paredões.
Voltamos por um atalho para o carro, de onde seguimos para a próxima aventura.
Trilha de Igrejinha
Seguimos de carro até próximo à formação rochosa de Igrejinha. O nome foi colocado em razão de uma mancha escura na rocha que parece uma imagem de Nossa Senhora.
Outro detalhe do local é essa abertura na pedra, na foto do meio, acima, que parece um portal ou o local feminino preparado para o nascimento.
Nas imagens acima, precisamente na maior da parte de baixo, dá pra se ver grande parte do Parque Nacional até se perder de vista. Muitas das áreas não são permitidas para visitantes, só para estudos.

Atelier do Artesão José Bezerra
Na volta para a Vila do Catimbau, paramos no que pudemos chamar de "atelier" de José Bezerra, que nos apresentou suas obras, todas feitas com madeira encontrada na caatinga.
Ele é muito simpático e não pára de falar sobre cada uma das suas criações. Muitas delas serão encaminhadas para o "Cais do Sertão", no Bairro do Recife, na capital pernambucana.
Tivemos a oportunidade, ainda, de ver uma apresentação musical dele, que cantou uma composição sua, tocando um instrumento também seu, ciado a partir de madeira, arame e duas chaleiras. É parada obrigatória.
Prefeitura; Pizzaria; Capela; Casario; Portal de Buíque.
Depois de se despedir do nosso guia no Catimbau, voltamos a Buíque para almoçar, descansar e voltar pra Recife. Antes, porém, mais uma voltinha pela cidade pra fotografar mais cartões postais.
Histórico:
"O município de Buíque começou a ser povoado em 1752, quando ficou conhecido como Campos de Buíque. O nome do local tem origem na linguagem Tupi e significa "Lugar de Cobras". Os naturais de Buíque têm outra versão para a origem do nome - os índios que habitavam essa região utilizavam uma trombeta cujo som produzido se assemelhava ao nome da cidade. Buíque foi elevado à categoria de vila em 1854, com a denominação de Vila Nova do Buíque, desmembrado de Garanhuns. Em 19 de Dezembro de 1874, Buíque, foi elevada à categoria de sítio em 1899."
Fonte: Wikipédia

6 comentários:

  1. Achei muito interessante a sua matéria sobre o parque e já tenho planos para ir visita-la, tudo de bom.

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    1. Visite mesmo. Os guias são muito simpáticos e têm muita coisa para nos mostrar.
      São muitas trilhas. Só fizemos três, mas estamos com planos para fazer as demais.

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  2. os guias cobram muito caro? Outra pergunta, para fazer as trilhas é necessário ter carro?

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    1. Os preços variam, dependendo da trilha. Da última vez que fomos, em 2014, saiu por cerca de 80 reais cada dia, para um grupo de 4 pessoas, isso porque além da remuneração do guia, existe uma taxa de preservação, pois trata-se de um Parque Nacional.
      É necessário ter carro, pois as trilhas não ficam muito próximas do povoado de Catimbau, que já é um pouco distante do centro de Buíque.

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  3. Muito obrigado por visitar nosso vale do catimbau amigo, e obrigado por nos divulgar estamos sempre de portas abertas!

    Márcio guia guia do vale

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    1. O Vale do Catimbau merece ser visto e visitado. Muita riqueza e muita beleza natural. Voltarei mais vezes aí, Marcio.

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