domingo, 31 de maio de 2015

Paudalho

Paudalho fica a cerca de 44 km do centro do Recife e a 26 km distante da Itaipava Arena Pernambuco, na BR-408, que está em ótimas condições, neste ano de 2015, e é duplicada desde seu início na BR-232, no Bairro do Curado, em Recife, até a cidade de Carpina, no cruzamento com a rodovia PE-041.Paudalho é conhecida não só pelas suas olarias, fábricas de tijolos, mas sobretudo pelas romarias ao Engenho Ramos.
Estação Ferroviária de Paudalho e seus antigos armazéns.
Ao chegar na cidade procuramos pela Estação Ferroviária, recém restaurada pelo IPHAN e, como era de se esperar, a Estação, que atualmente abriga o Arquivo Público Municipal se encontra quase como nos anos de maior movimento da ferrovia.
Os antigos armazéns que serviam aos trens cargueiros não foram restaurados. O estado de ruínas é evidente, um destino triste a essas edificações históricas que poderiam ser aproveitadas para equipamentos turísticos, tendo em vista a área onde se encontram.
Largo da Estação Ferroviária e Igreja de Sta. Tereza D'Ávila; Casario antigo do centro.
O local onde se encontra a Estação Ferroviária, também é o local onde a cidade nasceu. A Igreja mais antiga de Paudalho, construída em homenagem a Santa Tereza D'Ávila não fica no centro da cidade. Talvez por isso, o silêncio que prevalece no local só deveria ser quebrado pelas antigas locomotivas das concessionárias da ferrovia.
O entorno tem bastante espaço. Em frente à Igreja há uma pracinha e algumas charmosas casinhas do lado contrário ao da Estação.
Por trás da Estação há alguns armazéns, que pela arquitetura é fácil perceber que faziam parte do pátio ferroviário. Uma pena não terem sido restaurados também.
Ponte de Itaíba
A ponte de Itaíba é outro monumento turístico do município. Foi construída sobre o Rio Capibaribe no século XIX e inaugurada pelo Imperador D. Pedro II. Atualmente, os veículos não podem mais atravessá-la, somente pedestres e motociclistas. Seu estado de conservação não é dos melhores. Pela imponência que já teve,merecia um melhor cuidado do poder público.
Do lado do rio que segue para a BR-408, há um espaço na margem junto à Av. Luís Maranhão, onde as pessoas podem contemplar o Capibaribe. Também há algumas construções antigas na mesma avenida.
Igreja Matriz do Espírito Santo
Conseguimos encontrar a Igreja Matriz do Espírito Santo aberta, então partimos para fotografar o seu interior. A Igreja data de 1750.
Em seu interior podemos perceber a passagem dos anos. As paredes e o piso guardam elementos seculares. Também observamos ossuários com restos mortais de famílias influentes e abastadas da época. As imagens e adornos vieram de fora.
Uma curiosidade: Como a capela de Santa Tereza D'Ávila, que se situa à margem esquerda do Rio Capibaribe era particular e atendia o senhor do Engenho Paudalho com seus escravos, os homens brancos e de posses, que residiam no povoado situado na margem direita, resolveram edificar a capela em honra ao Espírito Santo aberta a todos. 
Feira Livre; Rio Capibaribe; Praça Joaquim Nabuco e Igreja de N.Sra. do Rosário.
Partindo-se da Ponte de Itaíba, seguindo pela margem direita do Rio Capibaribe, sentido BR 408, observamos que a "Orla" se encontra de certa forma, "arrumadinha". Passamos pela Praça Herculano Bandeira, onde se encontra uma Academia das Cidades e pela Feira Livre Municipal que se encontra bem organizada.
Após a Feira, seguimos em direção à Praça Joaquim Nabuco, local onde existem vários imóveis preservados, incluindo a Igreja de N.Sra. do Rosário. A pracinha, as casas e a pouca movimentação no lugar dá ares de cidadezinha do interior, diferente do restante da cidade, bem movimentada.
Casa-Grande do Engenho Ramos; Casa da Ferrovia; Plataforma da Estação Ferroviária de S. Severino.
Paudalho recebe uma das maiores manifestações religiosas do Brasil. No Município, está o Santuário em homenagem a São Severino, mais precisamente na Capela de Nossa Senhora da Luz, conhecida como Igreja de São Severino, nas terras do antigo Engenho Ramos (desativado na década de 1920).
O local, que fica a cerca de 4 km do centro da cidade, recebe grande concentração de fiéis ao longo de todo o ano, sobretudo entre setembro e a Semana Santa, o santuário de São Severino do Ramos é procurado por fiéis que ali vêm fazer ou pagar promessas. Entretanto, é no Domingo de Ramos que se avoluma o número de romeiros. São milhares de visitantes vindos de diversas cidades do interior de Pernambuco e de outros Estados do Nordeste para venerar o santo tido como milagroso, cuja imagem é em tamanho natural e se encontra no interior da Capela. Diz-se que a imagem do Santo teria sido trazida da Europa, como presente de um sacerdote à antiga proprietária do Engenho Ramos.
Capela de N.Sra. da Luz; Fazenda; Santinhos.
Registramos nas imagens anteriores, a plataforma da Estação de Trem de São Severino. A existência de uma Estação, mesmo que pequena, no local deve-se à importância e ao fluxo de romeiros desde muito tempo atrás.
Ainda existem os demais prédios que compõem o "pátio ferroviário", a arquitetura dos mesmos, mesmo mal cuidados, resiste.
Da frente da Capela, dá para observar uma charmosa Casa-Grande e uma Capela, que ficam do outro lado do rio Capibaribe. No entanto, não obtivemos informações se é um antigo Engenho ou uma Fazenda.
Algumas barraquinhas com imagens coloridas de Santos Católicos ficam no entorno da Capela. Em épocas de romarias muitas outras se instalam no local.

Histórico de Paudalho

No final do século XVII, foi fundada pelos franciscanos um aldeiamento de índios, cerca de duas léguas do Rio Capibaribe.
Este aldeiamento foi denominado MIRITIBA. Palavra de origem da língua TUPI, que significa juncal ( Mbiri-tyba ). Nesse lugar nasceu o conhecido índio poty, o famoso Dom Felipe Camarão, que tornaria celebre na restauração Pernambucana. Nas terras da primitiva aldeia indigena, edificou-se o engenho que ficou conhecido pelo nome de Engenho Aldeia.
Na segunda metade do século XVIII diversos engenhos foram se instalando nos arredores como o Engenho Bom Sucesso, erguido a margem direita do Rio Capibaribe e a esquerda ergueu-se pelo português Joaquim Domingos Teles a capela Santa Tereza de Jesus a quem tinha como grande devoção.
Com a construção de um engenho de açúcar em 1627 passou a chamar-se Engenho Aldeia. Com o crescimento do povoado se fundou Paud’alho, em seguida Paudalho, por função de uma árvore que exalta odor semelhante ao alho, árvore secular a margem direita do Rio Capibaribe.
Ao norte: Tracunhaém
Ao leste: Abreu e Lima, Paulista
Ao Sul: Camaragibe, São Lourenço da Mata, Chã de alegria e Glória do Goitá
Ao oeste: Lagoa de Itaenga e Carpina
Fonte: Prefeitura Municipal