sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Exu

Terra do Pernambucano que cantava sobre a vida do sertanejo, Exu fica na região noroeste de Pernambuco, conhecida como Sertão do Araripe, à cerca de 618 km do Recife, pouco mais de 8 horas de viagem de carro. Chegamos na cidade à partir de Salgueiro, através da rodovia PE-507, em bom estado.
A vantagem de ir pela PE-507 foi que vimos as placas de sinalização da Fazenda Araripe, local onde Luiz Gonzaga morou com os pais e a partir de onde iniciou sua História.
Monumento; Casa do Barão do Exu ;Igreja de São João Batista do Araripe;
Quem viu o filme sobre Gonzaga, já tem uma ideia do mundo em que ele viveu na juventude, mas somente chegando lá na Fazenda Araripe, observando a caatinga que rodeia o povoado e levando em conta que não haviam estradas como hoje, dá pra sentir um pouco da dificuldade que seria pra qualquer um nos anos 40 do século passado, sair dali pra chega em qualquer grande centro da época.
Casas onde morou Januário; Casa-Grande Vila Marilza
A construção mais recente é o monumento no centro do povoado em homenagem ao Rei do Baião, mas ainda tem a casa do Barão do Exu, a Igreja de São João Batista, construída por ele, as casas onde morou Januário, pai de Luiz Gonzaga, o Casarão de Bárbara de Alencar - Museu, e a escola construída por Luiz Gonzaga, dentre outras construções.
Segunda casa de Januário; Portal de Exu; Placa na entrada da Fazenda Araripe

A cidade de Exu fica a alguns quilômetros da Fazenda Araripe. Um portal com uma justa homenagem a Gonzagão está sendo construído.
Um pouco antes da entrada da cidade fica o Parque Luiz Gonzaga. Lá, ficam o Museu do Gonzagão, as últimas casas de Januário e de Luiz Gonzaga, o Mausoléu construído por Gonzaguinha para o pai e para o avô.

Parque Luiz Gonzaga; Juazeiros; Pousada; Casa de Januário.
O terreno do parque pertenceu a Luiz Gonzaga, que lá fez sua casa e uma casa para Januário, além de pousadas para os amigos e cantores que lá chegavam para visitá-lo.
Com a morte de Gonzaga e posteriormente de Gonzaguinha, a área ficou para a outra filha, Rita, que vendeu sem ter noção do que tudo representava. Felizmente o dono posterior preservou a área e criou o parque.
Mausoléu do Gonzagão
Os locais mais visitados são o Mausoléu, o Museu e a Casa do Rei do Baião que está totalmente preservada como na época em que ele vivia lá. É possível ver todos os cômodos com os móveis da casa construída para ele passar o resto da vida quando voltou do Rio de Janeiro.
Casa do rei do baião.
Impressionou a diversidade de locais de onde chegavam visitantes para o parque. Desde capitais da região como cidades de outras regiões.
Igreja do Bom Jesus dos Aflitos; Câmara Municipal e Prefeitura.
A cidade de Exu não é tão tranquila como as próximas, talvez pela quantidade de visitantes. Mas tem uma bela Igreja e alguns prédios públicos bem conservados, como os da Câmara Municipal  o da Prefeitura.
Vista da Chapada do Araripe.

O território do Município de Exu também é privilegiado pela natureza. A beleza da Chapada do Araripe pode ser vista de longe. A cidade nasceu junto à Chapada, mas a erosão foi determinante para a mudança de lugar, uma vez que aos poucos as casas passaram a ser engolidas pela terra.


Histórico
A região onde se situa o município era primitivamente habitada pelos índios Ançus, do tronco dos Cariris. A região foi ocupada por fazendas de gado no início do século XVIII, tendo à frente Leonel de Alencar Rego e posteriormente seu filho Joaquim Pereira de Alencar. Após a ocupação, missões jesuíticas viveram na região, onde construíram a capela de Bom Jesus dos Aflitos. Em 1734, foi criada a freguesia do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Exu. O município foi instalado em 7 de junho de 1885, passando a autônomo em 9 de julho de 1893, em face a lei n. 52, de 3 de agosto de 1892. O primeiro prefeito foi Manoel da Silva Parente. O município foi supresso em 1895 e restaurado 1907, com a denominação de Novo Exu. Pelo decreto-lei estadual n 235, de 9 de dezembro de 1938, o município de Novo Exu passou a denominar-se Exu.
Passou por uma grave crise no século XX devido a lutas políticas entre três famílias: Alencar, Sampaio e Saraiva, o que provocou o atraso da cidade em relação a outras da região, como Araripina, Ouricuri e Salgueiro. Procurou reconquistar o espaço novamente na Microrregião de Araripina com a cultura (sem sucesso), através de artistas como Luiz Gonzaga, oriundo de Exu.
A cidade está localizada no Polígono da Seca e abriga um museu em homenagem ao seu filho mais ilustre, Luiz Gonzaga.
Segundo o IBGE, há duas versões prováveis para o nome do município. A primeira é que seja uma corruptela de Ançu, uma tribo índigena que habitava o entorno. Outra, é que o nome tenha vindo da abelha enxu (inxu), muito comum na região à época. Há que se notar que dificilmente as origens do nome sejam no orixá homônimo, haja vista que à altura da fundação da vila, criada por colonos, apenas indígenas habitavam o local.
Deve-se considerar que devido a influência dos cristãos-novos (muito abundantes em Pernambuco naquela época) o nome da freguesia "Aflitos de Exu" pode aludir à aflição que os marranos sentiam por serem perseguidos pelo Tribunal do Santo Ofício que os perseguiu desde Espanha e Portugal até ao Brasil. Para fugir da Inquisição aqueles marranos buscaram se instalar cada vez mais no interior de Pernambuco. Ieshu (ou IEXU em português) é uma palavra hebraica (a lingua dos marranos pernambucanos) e significa Jesus.
Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Moreilândia

Moreilândia fica a cerca de 50 km de Serrita. A rodovia, que está em regular estado de conservação, deve ser bem movimentada, uma vez que é o acesso mais rápido das capitais do Sul do Nordeste para Juazeiro do Norte e Fortaleza.
A cidade tem ruas largas e calçadas, uma bela Igreja Matriz e uma pracinha bem aconchegante.
Portal na PE-507; Igreja de Santa Terezinha do Menino Jesus; Praça e Imagem de Santa Terezinha; Rua.
Demos uma volta rápida pela cidade que estava bem calma num sábado. Não observamos movimentação de feira naquele dia.
Como não havíamos planejado visitar a cidade naquele dia, somente depois descobrimos sua origem, que foi a partir do Sitio dos Moreiras, que foi o nome anterior do município.
Fórum de Moreilândia; Ruas; Cristo Redentor na entrada da cidade.
A religiosidade está sempre presente nas cidades pernambucanas, sobretudo nas sertanejas. Sempre há uma imagem do Padre Cícero, do Cristo ou do Santo padroeiro da cidade em Praças ou nas entradas delas.

Histórico de Moreilândia:

"Durante a grande seca de 1877, vários agricultores do Ceará deixaram suas terras em busca de locais onde houvesse água para consumo humano e dessedentação animal. Foi o caso de Claudiano Alves Moreira, que veio de Iguatu, no Ceará, com sua família e rebanho. Dirigia-se provavelmente ao vale do Rio São Francisco. Entretanto, ao atravessar o sertão pernambucano, encontrou uma região desocupada, pertencenta à paróquia de Granito (Pernambuco), onde as terras eram férteis. Ao cruzar um riacho, observou poços d'água, o que o fez supor a existência de água subterrânea acessível, o que foi confirmado. Estabeleceram-se no local e foram seus primeiros habitantes. Cultivaram um sítio de frutíferas, que se desenvolveu bem. Logo o local passou a ser chamado Sítio dos Moreira.
A região se prestava a atividades agro-pecuárias e foi se desenvolvendo a partir desta atividade. A primeira igreja foi construída por José Alves Lopes, dedicada a Santa Terezinha e concluída em 1930. A primeira feira livre ocorreu em 1935.
O distrito foi criado em 10 de Maio de 1957, desmembrado do distrito de Carimirim, subordinado ao município de Serrita. Pela lei estadual nº 4.965, de 20 de dezembro de 1963, foi constituído em município autônomo e foi instalado em 19 de Maio de 1964.
Conforme a lei orgânica municipal foi realizado, em 31 de maio de 1991, um plebiscito visando a mudança do nome do município. A lei municipal nº 84/91, homologou a vontade popular mudando o nome de Sítio dos Moreiras para Moreilândia.
Atualmente é constituído de 2 distritos: Moreilândia e Carimirim."

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Serrita

Serrita fica a cerca de 27 km de Salgueiro. O acesso é feito pela BR-232, sentido Oeste e PE-507, recém reconstruída, porém perigosa, devido aos barrancos e açudes junto à rodovia.
Portal na PE-507; Capela da Vila do Vaqueiro; Estátua do Vaqueiro Raimundo Jacó; Estátua do Padre Cícero.
Logo na entrada da cidade, encontramos a estátua do Vaqueiro Raimundo Jacó e a Estátua do Padre Cícero.
Praça e Fórum; Antigo Casarão.
A cidade de Serrita foi uma grande surpresa para nós. Limpa, com prédios públicos e residências bem cuidados, nos deu uma sensação de um lugar bem tranquilo e aconchegante.
Atual Prefeitura Municipal de Serrita; Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Nós paramos próximo à prefeitura, na frente da casa de uma simpática Senhora, que como todo sertanejo, foi muito atenciosa e, juntamente com sua filha, começou a falar sobre a cidade.
Sua filha contou rapidamente fatos sobre Serrita e nos recomendou visitar o povoado de Ipueira, que tinha uma História bem interessante envolvendo Lampião, da qual falo mais à diante, bem como visitássemos Exu, cidade de Luiz Gonzaga e Juazeiro do Norte, já no Ceará.
Ela realmente nos deixou empolgados e seguimos seu conselho, logo após realizarmos várias fotografias do centro de Serrita.
Antiga Prefeitura; Centro Cultural Mansueto de Lavor.

As simpáticas senhoras nos informaram que o primeiro andar da antiga sede da prefeitura havia caído, conforme se observa na imagem acima.
Os prédios públicos têm as cores oficiais do município, como o grandioso Centro Cultural que leva o nome do Senador Mansueto de Lavor, falecido nos anos 80.

Estádio Ferreirão; CAE - Centro de Atividades Econômicas.
Na PE-507, sentido Moreilândia e Granito, passamos pelo Estádio Municipal Ferreirão e pelo Centro de Atividades Econômicas.
Capela de São José / Povoado de Ipueira.

Ipueira é um pequeno povoado, distrito de Serrita, que fica às margens da PE-507, onde em 1927 ocorreu um episódio envolvendo o Bando de Lampião e a Família Xavier, dona das terras da região.
Virgulino Ferreira, o Lampião, que até então possuía relação amistosa com os Xavier, resolve naquele ano atacar a fazenda.

O patriarca, Coronel Pedro Xavier, ao tentar voltar do povoado para a fazenda, sofre um ataque de asma e cai, dando a impressão a seus filhos e demais defensores da casa grande que havia sido atingido. Seu filho Dezim Xavier, que foi o primeiro a responder ao ataque de Lampião, fez a única vítima do confronto, o cangaceiro "Musqueiro" (alguns se referem ao mesmo como "Tempero").
Lampião desistiu e se retirou. Musqueiro foi pendurado pelos cabelos em um Juazeiro, mas à pedido da cunhada, o Coronel Pedro Xavier mandou enterrá-lo na baixa da ladeira próximo à casa grande, ficando o local conhecido como "Baixa do Musqueiro".
Sobre o fato nos foi recomendado o livro: "A Saga de Ipueiras, da escritora Maria do Socorro Cardoso Xavier".

Histórico de Serrita:

"Serrita fazia parte do antigo município de salgueiro do qual se destacou em 1928, constituindo-se e primeira chegada por vários familiares cearenses, vindo do vale do Cariri, os quais vinham se localizando nestas zonas e aqui formando núcleo de populações rurais. 
Serrita originou-se do nome de Serrinha, em virtude de uma pequena Serra ou Serrote do Cruzeiro, distante um (01) Km. da sede. 
Serrinha hoje é Serrita em virtude dos dispositivos contidos no Decreto Lei n° 952, de 31 de dezembro de 1934, que estabeleceu a divisão territorial judiciária administrativa do estado, vigorando no quinquênio 1944-49, no qual a Comarca de Serrita, com termo único, de igual número desmembrando da Comarca de 
Salgueiro. 
Não existia Tribos Indígenas no município, ignorando-se qualquer habitante que estivera nesta região antes do devastamento. 
Com as famílias cearenses, negros vieram tomando parte do devastamento do município, sem elemento de valor no devastamento da terra. 
Os negros que constituíram elementos de real valor no devastamento da terra, provinham do Vale do Cariri no Estado do Ceará, isto se deu no Século XVIII, não é possível mencionar e data certa. Sabe-se que o primeiro habitante da sede foi MIGUEL TORQUATO DE BULHÕES, cearense que aqui construiu a primeira casa. 
Os primeiros edificadores construíram uma Capelinha Católica à Nossa Senhora da Conceição. onde veio o Padre de Salgueiro, vez por outra aparecia em desabrigo. 
A cidade de Serrita foi fundada em 1898, pelo Cel. Romão Pereira Fìlgueira Sampaio, cidadão que se instalara com as graças do Governo Estadual do seu tempo. 
Serrita foi elevada a município no dia 11 de setembro de 1928 pela Lei n° 1931, sendo extinta. A mesma foi restaurada em 01 de julho de 1934 por Decreto Lei n° 314 de 27 de junho de 1934. 
Na data de sua emancipação Política, era Governador do Estado Dr. Estácio de Albuquerque Coimbra. 
O território atual do município pertencia a diversos município como: Salgueiro, Parnamirim, Bodocó e Exu, dos quais foram desmembrados para constituir-se autônomo daí então seguir seu destino. 
A Legislação que criou os Distrito tem data do ano de 1928, ou seja, os seguintes distritos: Sede, Ipueira e Orí. 
A freqüência foi criada em 1920. sob a Invocação de Padroeira Nossa Senhora da Conceição, sendo seu Primeiro Vigário o Padre Dr. Alfredo Guido Del Piazzo."
Fonte: Prefeitura Municipal de Serrita.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Salgueiro

Salgueiro é uma das principais cidades do Sertão Pernambucano. Fica a 518 km do Recife, pouco mais de 6 horas de viagem através da BR-232, que está em ótimo estado. Dá pra sair cedinho da capital pernambucana e chegar na hora do almoço em Salgueiro.
Devido à distância, e pelo fato de ser um feriado prolongado, optamos por os hospedar na cidade pra conhecer tudo com calma.
A posição geográfica do município o deixa praticamente equidistante da maioria das capitais nordestinas e do litoral, ficando a menos de 600 km de quase todas, com exceção de São Luís-MA que é mais distante. Talvez por esse fato, pudemos ver tantas obras da Ferrovia Transnordestina e da Transposição do rio São Francisco próximas à cidade.
Outra questão interessante é que a cidade é o ponto de cruzamento de duas das mais movimentadas rodovias do Nordeste, as BRs 232 e 116, razão pela qual encontramos tantos Hotéis e Pousadas por lá.
Capela de São Francisco; Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; Igreja Presbiteriana de N. Sra. Aparecida e Academia das Cidades.
Depois de almoçar na excelente Churrascaria Sabor do Sertão, que fica na BR-232, em frente ao Sangueiro Plaza Hotel, onde pudemos provar o famoso Bode, fomos para o nosso hotel descansar. Acabamos encontrando uma capela em homenagem a São Francisco bem próximo. No final da tarde, entramos na cidade e fomos direto à primeira cruz que dava pra ver da rodovia. Era o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Uma Igreja de arquitetura moderna e arredondada.
Seguimos à diante e chegamos na Avenida Getúlio Vargas, que possui praças bem cuidadas com muita pessoas realizando caminhadas no final da tarde. Nessa avenida há uma Academia das Cidades e uma bela Igreja Presbiteriana.
Praça na Av. Getúlio Vargas; Capela Mãe Rainha; Girador.
Deu pra observar que a cidade está bem cuidada. Os prédios públicos estão bem conservados e não vimos lixo acumulado pelas ruas. Pelo menos nada nos chamou atenção quanto a isso.
Fomos ao pátio da Estação Ferroviária, mas antes registramos imagens da Capela Mãe Rainha que fica em um ponto mais alto por trás da antiga estação.
Antiga Estação Ferroviária de Salgueiro; Espaço Cultural, antigo Armazém da RFFSA e Casa do Sanfoneiro, no pátio da Estação.
 A Estação Ferroviária de Salgueiro foi a última estação construída pela Rede Ferroviária Federal na linha centro, que inicialmente deveria ir do Recife ao São Francisco, mas nunca passou de Salgueiro.
O prédio preserva a arquitetura original. Dá pra perceber que não possui o mesmo estilo arquitetônico das estações do Litoral ao Agreste, e isso se deve ao fato de ter sido construída pela Rede Ferroviária Federal, que sucedeu os Ingleses da Great Western, pioneiros na implantação dos trilhos no Nordeste.
O pátio da estação é enorme devido ao fato de ser o ponto de retorno das antigas locomotivas, além de também possuir armazéns como os próximos à antiga Estação das Cinco Pontas no Recife.
A Estação está sendo usada pelo SEBRAE e os Armazéns atualmente formam um Espaço Cultural, o que nos faz crer que com o uso as duas construções continuarão sendo preservadas.
Também observamos que os trilhos estão em ótimas condições, embora grande parte esteja aterrado. O curioso são os pontos de cruzamento entre os trilhos logo após a estação, o que parece permitir que pelo menos duas ou três locomotivas estivessem no pátio.
No meio do pátio e aparentemente sem atrapalhar um possível uso dos trilhos, foi instalada uma Casa do Sanfoneiro. Lugar onde pode-se curtir e dançar o autêntico forró nordestino.
Monumento na Pça. da Matriz; Busto do Major Raimundo de Sá; Igreja Matriz de Sto. Antônio.
Fomos em direção à parte mais antiga da cidade e chegamos à Praça da Igreja Matriz de Santo Antônio. Embora não seja de estilo arquitetônico rebuscado é uma das mais belas que vimos aqui em Pernambuco.
A Praça é rodeada de casas antigas e bem conservadas. Possui um monumento em homenagem à fundação da cidade, um charmoso coreto e um busto do Major Raimundo de Sá, personagem principal da fundação da cidade e seu primeiro Intendente, cargo equivalente ao Prefeito atualmente.
Interior da Igreja Matriz de Sto. Antônio.
No interior da Igreja destacamos os belos vitrais com imagens da Sagrada Família, Nossa Senhora e outros Santos Católicos, além das imagens de Prata das estações da Via Sacra.
Câmara Municipal de Salgueiro; Coreto da Praça da Matriz.
A Praça da Matriz é tão relaxante que passamos um bom tempo por lá, observando a tranquilidade e vendo famílias com cadeiras do lado de fora das casas conversando e olhado o movimento.
Sobrado Antigo - Anexo da Câmara Municipal; Casa onde nasceu Raimundo Carrero; Casario da Pça da Matriz e Imagem de Padre Cícero.
Além do belo prédio da Câmara Municipal e do anexo (primeira imagem da foto acima) na rua lateral, ao redor da Praça da Matriz encontramos uma curiosa "Casa dos Conselhos" e a casa onde nasceu o escritor Raimundo Carrero.
Na Avenida Agamenon Magalhães, passamos por essa imagem do Padre Cícero, que fica na Praça Benjamim Soares.
Praça e Busto de Edvalson de Carvalho Silva - Praça da Prefeitura; Capela de N. Sra. das Graças
Na manhã seguinte voltamos ao centro de Salgueiro. Dessa vez fomos à Rua Joaquim Sampaio, onde fica a Prefeitura e a Capela de Nossa Senhora das Graças. Por trás da Prefeitura fica o Mercado Público e a Feira é montada nas ruas próximas.
Prefeitura de Salgueiro
Da Praça da Prefeitura tivemos uma das melhores vistas da região. Deu vontade de subir aquela serra imponente ao lado da cidade. Tem uma escadaria que leva a um monumento construído lá em cima. Só faltou disposição.
Feira Livre e Mercado de Salgueiro; Em destaque: Jatobá.
Sempre temos boas surpresas em Feiras Livres e Mercados Públicos em cidades do interior. Em Salgueiro encontramos um curioso fruto chamado de Jatobá. Segundo o feirante, esse fruto é colhido no Cariri, região do Sertão Cearense, e da massa que tem dentro do fruto se faz uma espécie de mingau com leite.
Capela de N. Sra. Aparecida; Açude Velho; Museu do Couro; Capela de Santa Margarida.
Fomos até o Memorial do Couro, mas, como é comum em Pernambuco, pelo menos, Museus e Espaços Culturais tendem a não abrir nos finais de semana.  Passamos pelo Açude Velho, e fomos procurar mais prédios pra fotografar.                                                                     
Estádio Cornélio de Barros
Tivemos sorte de entrar no Estádio Cornélio de Barros, e falar com alguns jogadores do Salgueiro Atlético Clube, primeiro clube do sertão a disputar a Série B do Campeonato Brasileiro e também a chegar às Oitavas de Final da Copa do Brasil.
O estádio, reformado a pouco tempo, é bem aconchegante e o gramado está em ótimas condições.
Curioso Bar em homenagem ao Salgueiro A.C.; Parque das Crianças; Biblioteca Municipal; Ginásio.
Em uma das laterais do estádio encontramos esse bar em homenagem ao Carcará do Sertão, como é conhecida a equipe do Salgueiro.
Vimos, ainda, o espaço Parque das Crianças, a Biblioteca Municipal e o moderno Ginásio que fica próximo à BR-232.

Mais fotos de Salgueiro no site da prefeitura: http://www.salgueiro.pe.gov.br/munic_fotos.htm


História de Salgueiro:

Dentre os municípios que já visitamos, a História do nascimento de Salgueiro é uma das mais interessantes.

"Dia 21 de dezembro de 1835 pela manhã, o Coronel Manoel de Sá saiu para fazer a vistoria na sua fazenda como de costume e ao entardecer regressando a sua casa sentou-se na sua cadeira para descansar.
O pequeno Raimundo de Sá, nono filho do casal não apareceu como de costume para sentar-se ao lado do pai, o Coronel estranhando sua ausência, o procurou pela casa, nos arredores e não o encontrou.
Como já estava anoitecendo e havia muitos animais e índios na região, o Coronel e sua esposa Dª Quitéria começaram a ficar preocupados com o desaparecimento do pequeno Raimundo, ordenando a um de seus vaqueiros ir até a cidade de Belém e avisar o ocorrido, formando assim um grupo para ajudar a procurar o menino. Dona Quitéria aflita com o ocorrido e pensando no que poderia acontecer com o garoto, fez uma promessa a Santo Antônio que caso encontrasse seu filho com vida, construiria uma capela em sua homenagem.
O Coronel Manoel de Sá juntamente com os vaqueiros e alguns escravos, se embrenharam na caatinga para procurar o pequeno Raimundo.
Depois de dois dias e duas noites a procura do menino, exatamente no dia 23 de dezembro de 1835, um dos vaqueiros que integrava o grupo de busca organizado pelo Coronel, finalmente conseguiu encontrar o garoto são e salvo, brincando debaixo de um pé de Salgueiro ou, segundo outra versão sobre um formoso Umbuzeiro rodeado de Salgueiros, a aproximadamente 10 Km da sede da fazenda onde a família residia, fora dos limites da Boa Vista.
Após o acontecido, o Coronel Manoel de Sá tratou de adquirir as terras e como havia prometido sua esposa Dona Quitéria, construiu a primeira capela, onde hoje, está situada a Igreja Matriz de Santo Antônio. A primeira capela tinha sua estrutura em barro e era coberta de palha, no ano seguinte, foi substituída por uma com estrutura de tijolos coberta com telhas.
A história do desaparecimento e o fato do menino ter sido encontrado são e salvo, ainda a promessa feita por D. Quitéria, despertou a curiosidade dos moradores de toda a região atraindo assim um grande número de pessoas. Muitas delas, acabaram ficando e dando início a Vila de Santo Antônio do Salgueiro.
Elevada à condição de freguesia no dia 12 de maio de 1843, sob o nome de Santo Antônio do Salgueiro integrante da freguesia de Cabrobó.
30 de abril de 1864, esta foi a data que a freguesia de Santo Antônio do Salgueiro foi elevada a condição de município do Salgueiro pela Lei Provincial nº 580, quando foi emancipado do município de Cabrobó, tendo como primeiro intendente o Major Raimundo de Sá (filho do Cel. Manuel de Sá)."

Fontes: Prefeitura Municipal de Salgueiro
FONSECA, Homero. Pernambucânia - O que há nos nomes das nossas cidades. 

sábado, 9 de novembro de 2013

Ilha de Itamaracá

A Ilha de Itamaracá, que deu nome à antiga Capitania Hereditária de Itamaracá, hoje pertencente ao estado de Pernambuco, fica a cerca de 40 km do Recife.
A Ilha foi um dos primeiros destinos de veranistas no litoral pernambucano e atualmente, fica lotada nos finais de semana e feriados.
Aproveitamos para visitar a maior parte de Itamaracá em um dia comum de semana. Pouca gente pelas ruas, a maioria das pessoas de férias ou à passeio. Ótimo dia pra tirar fotos dos monumentos!
Saímos de Itapissuma, atravessando a Ponte Getúlio Vargas sobre o Canal de Santa Cruz, que é uma mistura de braço de mar com foz de rios da região.
Ponte Getúlio Vargas
Tempos atrás, havia uma espécie de guarita no meio da ponte, uma vez que a Ilha abriga dois presídios e, até então as fugas eram frequentes.
Em razão de ser um dia de semana, decidimos não ir ao extremo norte da Ilha que, embora de rara beleza, nos faria passar por alguns quilômetros em uma estrada de terra no meio da mata e com um presídio pelo caminho. Mas, em breve, editaremos esse texto e incluiremos imagens da parte mais tranquila do município.
Passamos então direto para o centro da cidade, subindo um pouco para encontrar a Igreja do Bom Jesus dos Passos.
A igreja fica com a frente para o norte. Próximo a ela há algumas casas com arquitetura antiga e muito bonitas. A avenida passa do seu lado direito, que é também o lado do mar.
Igreja do Bom Jesus dos Passos e Casario Antigo.
Sair da Igreja e se deparar logo com a visão belíssima dessa praia é um privilégio dos moradores do lugar.
Também a poucos metros da Igreja, encontramos o Centro Cultural Estrela de Lia, local onde ocorrem as famosas Cirandas de Lia de Itamaracá, sempre tocadas e dançadas no Carnaval de Pernambuco.
Praia de Jguaribe e Centro Cultural Estrela de Lia ao fundo.
A praia de Jaguaribe fica entre a Praia do Pilar, que é o centro da cidade, e a foz do rio Jaguaribe.
Praia de Jaguaribe.
Voltamos para o centro, Bairro do Pilar, onde se encontram a Praça e a Igreja Matriz, de mesmo nome.
Praça do Pilar e Igreja de N.Sra. do Pilar.
Para nossa sorte, a Igreja do Pilar estava aberta, então pudemos registrar algumas imagens da maior igreja da ilha, com destaque para o jardim lateral e a infinidade de janelas.
Interior da Igreja de N.Sra. do Pilar.
A Igreja Matriz fica bem no centro da cidade, como é comum, e, como em Itapissuma, nossa cidade anterior, a Prefeitura e a Câmara Municipal são vizinhas.
Jardins da Igreja de N.Sra. do Pilar, Prefeitura e Câmara Municipal.
Passamos agora à região sul da Ilha, passando primeiramente na Praia de São Paulo pra degustar Sururu e Caldinho de Peixe, curtindo o silêncio e a brisa do mar.
Praia de São Paulo
Continuando rumo ao Forte, registramos imagens da Igreja de São Paulo à beira da rodovia. Nesse ponto inicia Ilha à dentro, a Trilha dos Holandeses, que é feita a pé e chega ao povoado de Vila Velha.
Igreja de São Paulo, Rodovia PE-01.
A rodovia termina no Forte de Santa Cruz de Itamaracá, mais conhecido como Forte Orange, nome dado pelos Holandeses quando de sua construção, em homenagem à casa Orange-Nassau que governava os Países Baixos à época.
A praia do forte é bem servida de bares, sendo bem movimentada nos feriados, sobretudo por barcos que fazem a travessia para a Ilhota da Corôa do Avião, pertencente ao município de Igarassu.
Praia do Forte
O Forte é aberto ao público, e, mesmo sendo uma dia de semana normal, estava com muitos visitantes. A entrada é gratuita, mas dentro não observamos lanchonetes ou algo parecido.
Forte Orange; Corôa do Avião, ao fundo.
Construído pelos holandeses, teve as muralhas reforçadas pelos portugueses, preservando parte do desenho original.
Dentre os fortes de Pernambuco que conhecemos, este é, sem dúvida, o maior. O pátio é muito grande e a área no entorno das muralhas permitiam bastante mobilidade aos soldados.
Forte Orange
Infelizmente, as peças encontradas durante as prospecções realizadas ao longo dos anos não se encontram no forte, mas há um salão com um painel explicativo sobre a História dele.
Na imagem a seguir, observa-se a antiga frente do forte voltada para o Canal de Santa Cruz, onde havia a entrada original construída pelos holandeses.
Forte Orange
Os enormes canhões deviam acertar navios a quilômetros de distância. A explicação de não ter sido construído mais ao centro da ilha se deve ao fato dos holandeses planejarem conquistar a antiga capital, Vila da Conceição, atual Vila Velha.
Forte Orange

A Capela se encontra totalmente vazia. Somente a moldura do altar se sobressai às paredes brancas da construção.
No centro do pátio há uma cacimba. No entanto, fica a dúvida se, em razão da proximidade com o mar, de um lado, e o manguezal do outro, a qualidade da água seria boa.

Capela, Poço e Muralha do Forte Orange
Do Forte, fomos para Vila Velha. Embora estejam geograficamente próximos, o manguezal não permite chegar de carro direito pela praia do forte. Assim, retornamos em direção à Itapissuma e logo que avistamos a estrada para Vila Velha seguimos por ela.
A estrada é de paralepípedos, em bom estado, e a vila é bem rústica.
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição se destaca no lugar. Os detalhes na fachada e a simplicidade do interior são bem interessantes.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição
O mirante por trás da Igreja possui uma linda vista da Coroa do Avião, do Pontal de Maria Farinha e da foz do rio Timbó.
Vista da Coroa do Avião, Vista do Pontal de Maria Farinha e Mirante Artesanato.
No centro da vila há um monumento conhecido como Pelourinho.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Pelourinho
Tivemos um pouco de sorte e conseguimos entrar nas ruínas da Igreja do Rosário dos Homens Pretos, a poucos metros do centro da vila. São ruínas de certo modo bem conservadas. Talvez pelo fato de haver um cemitério logo ao lado.
Ruínas da Igreja de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos
Já de volta à rodovia com destino a Itapissuma, aproveitamos para registrar imagens do Engenho São João.
Parece que a antiga senzala teve usos diversos nos últimos anos. A Casa-Grande está de pé e a Fábrica aparenta estar bem conservada, o que é uma raridade nos Engenhos de Pernambuco na atualidade.
Engenho São João.
Projeto Peixe-Boi

Em uma visita anterior, não propriamente à Ilha, mas em razão de um passeio de Catamarã, fizemos uma parada no Projeto Peixe-Boi Marinho que fica situado próximo ao Forte Orange.

A entrada é paga, mas vale a pena. Pudemos ver alguns desses simpáticos animais em 3 oceanários. Os monitores informaram que lá eles são identificados, tratados e reabilitados para a volta ao habitat natural. 
Também tem um cinema em formato de Peixe-Boi e o teto por dentro tem o desenho da coluna do animal. Assistimos projeções de documentários a respeito da história do animal bem como da caça predatória que quase extinguiu a espécie. Ainda visitamos um museu e uma lojinha de suvenires.

Projeto Peixe-Boi Marinho


Histórico da Ilha de Itamaracá:
Os primeiros habitantes seriam náufragos, havendo também registros sobre a passagem dos portugueses João Coelho da Porta da Cruz e Duarte Pacheco Pereira, em 1493 e 1498, respectivamente.
Em 1526, já havia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, de responsabilidade do padre Francisco Garcia, na Vila Velha, localizada à margem esquerda do Canal de Santa Cruz.
A ilha prosperava à sombra da economia açucareira. Em 1630, a Vila Velha possuia cem casas e uma Santa Casa de Misericórdia.
Os holandeses invadiram a ilha em 1631 e lá ergueram o Forte Orange, na entrada Sul do canal de Santa Cruz, construído em taipa de pilão. O forte tinha este nome em homenagem ao Príncipe holandês Frederico Henrique de Orange, tio de Maurício de Nassau. A Ilha de Itamaracá serviu de celeiro aos holandeses. Posteriormente, o forte passou a ser chamado Forte de Santa Cruz, já sob domínio português.
Em 1763, o rei dom João V comprou a ilha para a Coroa Portuguesa por 4 000 cruzados.
O distrito foi criado em 1 de maio de 1866, pela Lei Provincial 676. Já no século XX, ano 1958, fundou-se o atual município desvinculando-se do município de Igarassu. No ano de 1962 a sede do município da Ilha de Itamaracá, Pilar, foi elevada a categoria de Cidade e anos mais tarde em 1968 foi premiada pela empresa de turismo de Pernambuco, EMPETUR, com o título de Município de Interesse Turístico do Estado de Pernambuco.
Fonte: Wikipédia.